quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Luto: morre no Recife, aos 92 anos, o artista plástico Francisco Brennand



Foto: Divulgação/Arte1

Uma pneumonia levou, nesta quinta-feira (19), o artista plástico Francisco Brennand, aos 92 anos. Brennand morreu nesta quinta-feira, no Real Hospital Português, área central do Recife. Um dos maiores artistas de Pernambuco e do Brasil. Um criador, um visionário. Um vanguardista. Brennand não só tinha talento, mas deixou um legado para a cidade, com inúmeras obras.

O ceramista confidenciou ter medo de morrer e do que poderia ocorrer aos seus. Disse achar a morte uma violência: “A morte é a sensação violenta da vida; é o contrário da vida”. E também discordou das cerimônias mortuárias. Até deixou em testamento que queria ser cremado, sobretudo por causa da sua relação com o fogo. Sobre desejos póstumos, sonhava na manutenção da Oficina e da obra que lá está. “É o meu legado”.

O corpo do artista será cremado, segundo seu desejo registrado em testamento.



Francisco sempre foi um apaixonado pela arte. Foi exímio escultor e pintor. Gostava também de ler e escrever sobretudo diários. Criou um espaço, uma espécie de lar das artes, que, logo, virou ponto turístico na cidade. Não raro era fácil encontrar por lá. Não era muito de sair do seu cantinho, mas era, entre suas obras, que se sentia em casa.

Conhecido por gigantescas esculturas, Brennand foi o responsável pelos monumentos de um dos principais pontos turísticos do Recife: o Parque das Esculturas. A principal obra no complexo é a Torre de Cristal, com 32 metros de altura e confeccionada em argila e bronze. Ela pode ser vista do Marco Zero.

A vida e o tempo sempre foram enigmáticos para Brennand: “Não é claro, é turvo, e isso me faz dormir em paz, porque senão eu não dormiria”. Continua: “Nós pensamos e partimos de um zero a esquerda e nos projetamos para um infinito… Acho que é um abuso de confiança. Acredito mais num eterno retorno, num tempo circular e que não há nada de novo. Acredito que as coisas que aconteceram estão acontecendo e irão acontecer. Mas vocês [jovens] podem ter esse privilégio de pensar que somos novos. Eu já não tenho”.

Com informações de G1 e Jornal do Commercio

Blog do BG